Míldio, o vilão das chuvas

Míldio, o vilão das chuvas

Ao avaliarem os problemas enfrentados após o período chuvoso, um ponto era unanimidade entre os 300 participantes do12º Debate da Viticultura: a preocupação com a incidência do míldio. Não é pra menos. O míldio é a principal doença da videira no Brasil e causa sérios prejuízos à viticultura em áreas com alta precipitação, principalmente no final da primavera e no verão. Os maiores danos diretos são a destruição parcial ou total dos frutos, podendo também produzir efeitos negativos sobre a futura produção, quando provoca a desfolha e, consequentemente, o enfraquecimento da planta.

 

Entre os principais sintomas é possível identificar o comprometimento das partes verdes e em desenvolvimento da videira como folhas, brotos, galhos, cachos. Nas folhas aparecem os primeiros indícios com manchas que se assemelham a uma mancha de óleo. Sequência ocorre na área afetada uma eflorescência branca e brilhante que posteriormente dessecam e caem. A queda antecipada das folhas priva a planta de seu órgão de nutrição, interrompendo o desenvolvimento dos cachos e dos sarmentos.

 

Todas as partes do cacho também podem ser afetadas pela doença. A infecção nas inflorescências provoca a deformação, deixando-as com aspecto de gancho. Na floração, o fungo provoca o escurecimento e destruição das flores afetadas, sintomas muito semelhantes aos ocasionados pela antracnose. Os ataques na inflorescência e nos cachos são os mais danosos, pois atingem diretamente o produto final podendo comprometer totalmente a produção.

 

Segundo o artigo publicado pelos pesquisadores Lucas da R. Garrido e Olavo Roberto Sônego, da Embrapa Uva e Vinho, as bagas de uva deixam de ser sensíveis ao fungo quando alcançam mais da metade de seu desenvolvimento, pois nesta fase os estômatos deixam de ser funcionais.

 

Controle: Os métodos mais modernos de controle utilizam sistemas de previsão. Estes sistemas baseiam-se na biologia do fungo, nas condições climáticas e no estádio fenológico da videira. Estes sistemas não só determinam a época ideal de controle mas também estabelece o número e a freqüência de pulverizações.

 

“Uma das razões da necessidade do uso de fungicidas para o controle do míldio é a capacidade do fungo em causar grandes danos num curto espaço de tempo, tornando os fungicidas o mais importante meio de controle da doença. O sucesso do controle químico depende da escolha e da dose do produto, do momento e do método da aplicação, do conhecimento do fungo e da qualidade da aplicação”, relataram os pesquisadores.

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